Ontem vi uma reportagem no jornal científico mais visto no Brasil, o Fantástico, quando o Excelentíssimo Sr. Dr. Dráuzio Varella mostrou (ou pretendia mostrar) os perigos do uso da medicina alternativa. Seu argumento é que não há efetividade comprovada de tais chás, versus a alopatia. Concordo que há riscos, tenho dois argumentos a serem considerados: 1º: nem na medicina tradicional temos concordância ou unanimidade na efetividade dos tratamentos. A Medicina Baseada em Evidências mostra que muitos (quase metade) não têm sua efetividade comprovada por estudos de qualidade, se já tiveram algum feito. Dizer que no tem comprovação científica é arriscado. 2º: Ao falar isso num meio de comunicação tão abrangente, ele está negando completamente os aspectos culturais do nosso povo. Como na catequização dos índios na era do descobrimento, os médicos hoje em dia (aí eu puxo brasa pro meu assado dizendo que a excessão são os médicos de família e comunidade) querem empurrar goela abaixo suas crenças, ignorando quaisquer outras formas de cuidar (vide o ato médico).
Outro problema da reportagem fala sobre atendimentos de médicos que duravam 2 a 5 minutos, fazendo questão de comentar e estes eram do SUS, novamente afirmando que isso seria inerente ao Sistema de Saúde, não característica do profissional mal formado. Um sociólogo refletiu que esta foi a forma com que os médicos foram formados, mas o contexto ficou ruim. Por que não mostraram em câmara escondida uma consulta com médico particular ou de convênio? Será que o diagnóstico seria diferente? Será que a consulta duraria mais? Tenho minhas dúvidas. Vamos pensar mais sobre estas reportagens e tirar delas o que presta realmente.
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